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Geoculturas ante os imperialismos. O Caso da Andaluzia dos anos 20e30

2025, Continente multicultural

Abstract

Nestes tempos aziagos, quando os imperialismos voltam a atuar com total desenvoltura e descaramento (Estados Unidos sobre a Groenlândia e o Panamá; Rússia sobre a Ucrânia; Israel sobre a Palestina, o Líbano e a Síria; Marrocos sobre o Saara etc., etc.), falar de geocultura é um ato de pacificação, para afastar intencionalmente a atenção da desmesura do diktat geopolítico. O termo geocultura foi empregado por Immanuel Wallerstein para designar o que significava o Sul dos Estados Unidos, um espaço imaginário impossível de definir, mas, ao mesmo tempo, recorrente como ideia atraente ou repudiável entre os americanos do Norte 1. A geocultura não é um projeto devedor da geopolítica ou da geoestratégia, consiste em pensar a cartografia imaginária como áreas de irradiação linguístico-cultural, sem pretensão alguma de erguer novas fronteiras, mas destacando as similitudes acima das diferenças para lograr cumplicidades em áreas de influência discursiva. Nem sequer se trata de um imperialismo cultural, mas de uma interzona (termo tomado de empréstimo da contracultura), onde manter ativo o diálogo sobre fundamentos de diversidade e pluralidade. Trata-se de uma cartografia cultural, na qual, como queriam Gilles Deleuze e Felix Guattari, sejam traçadas novas "dobras", mais complicadas e mais interessantes, portanto, diante do pretendido cartesianismo dominante do capitalismo 2 .