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2025, Continente multicultural
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Nestes tempos aziagos, quando os imperialismos voltam a atuar com total desenvoltura e descaramento (Estados Unidos sobre a Groenlândia e o Panamá; Rússia sobre a Ucrânia; Israel sobre a Palestina, o Líbano e a Síria; Marrocos sobre o Saara etc., etc.), falar de geocultura é um ato de pacificação, para afastar intencionalmente a atenção da desmesura do diktat geopolítico. O termo geocultura foi empregado por Immanuel Wallerstein para designar o que significava o Sul dos Estados Unidos, um espaço imaginário impossível de definir, mas, ao mesmo tempo, recorrente como ideia atraente ou repudiável entre os americanos do Norte 1. A geocultura não é um projeto devedor da geopolítica ou da geoestratégia, consiste em pensar a cartografia imaginária como áreas de irradiação linguístico-cultural, sem pretensão alguma de erguer novas fronteiras, mas destacando as similitudes acima das diferenças para lograr cumplicidades em áreas de influência discursiva. Nem sequer se trata de um imperialismo cultural, mas de uma interzona (termo tomado de empréstimo da contracultura), onde manter ativo o diálogo sobre fundamentos de diversidade e pluralidade. Trata-se de uma cartografia cultural, na qual, como queriam Gilles Deleuze e Felix Guattari, sejam traçadas novas "dobras", mais complicadas e mais interessantes, portanto, diante do pretendido cartesianismo dominante do capitalismo 2 .
Cadernos de Linguagem e Sociedade, 2012
Travel writing and geography are nowadays perceived as ways to get acquainted with people and places in far away sites in our globalized world (Holland and Huggan, 2000: 2). However, it is crucial for our understanding of Imperialism and its apparatus to recognize that geography and travel writing have been used, during the course of history, as tools to articulate the authority of the status quo . This article makes a short genealogy of the two genres in order to argue and show that geography and travel writing have employed a kind of discourse that has sustained dominant ideologies. We examine the conceptual framework of scientific institutions whose apparent objectivity and innocence blur the hegemonic concepts on which their discourse is founded. Moreover, we suggest that the institutions' systems of thought have been formed by the social context which "pollutes" their representations. KEY WORDS -travel writing, geography, imperialism, ideology, culture RESUMO Narrativas de viagem e a geografia são consideradas, nos dias de hoje, como maneiras de conhecer povos e lugares de locais remotos do nosso 1. A autora é Doutora em Estudos Linguísticos e Unidas e pesquisadora com focos de interesse em língua, letramento crítico, cultura e imagem. Souzana Mizan mundo globalizado (Holland e Huggan, 2000: 2). Contudo, é de suma importância para o nosso entendimento do imperialismo e seu aparato reconhecer que a geografia e as narrativas de viagem foram usadas no percurso da história como ferramentas para articular a autoridade de status quo (Pratt, 1992). Este artigo traça uma breve genealogia desses gêneros textuais com o objetivo de discutir e mostrar que geografia e narrativas de viagem empregam um tipo de discurso que sustenta ideologias dominantes. Examinamos o arcabouço conceitual dessas instituições científicas, cuja aparente objetividade e inocência embaçam os conceitos hegemônicos nos quais seus discursos são fundados. Sugerimos que seus sistemas de pensamento são formados pelo contexto social que "polui" suas representações. PALAVRAS-CHAVE -narrativas de viagem, geografia, imperialismo, ideologia, cultura.
Geography Department University of Sao Paulo, 2021
A dinâmica marinha em ambiente costeiro, entrelaçada ao fluxo turístico, o torna uma área de conflito e instabilidade, aumentando, ainda mais, os impactos ambientais deletérios. Desse modo, o espaço requer um planejamento rigoroso para amenizar os riscos. Por outro lado, a partir de valores como o estético e o científico, os ambientes costeiros, paradoxalmente, possuem um grande potencial geoturístico, próprio de sua dinâmica natural, normalmente pouco explorado, especialmente no Brasil. O Município de Cabedelo, no Estado da Paraíba, corresponde a uma extensa restinga margeada, a leste, pelo Rio Paraíba e, a oeste, pelo Oceano Atlântico. O presente artigo propõe um roteiro geoturístico que inclui quatro locais de interesse: Areia Vermelha, um banco de areia que emerge nas marés baixas, depositado sobre arenitos praiais; as Ruínas de Almagre, de origem jesuítica, datadas do século XVI, construídas com calcário e arenitos ferruginosos; a Fortaleza de Cabedelo, remanescente do triângul...
REVISTA CAMPO-TERRITÓRIO, 2020
A disputa territorial e a organização de movimentos socioterritoriais não são traços recentes da questão agrária brasileira. Pelo contrário, são elementos de um processo histórico-geográfico complexo que motivou um amplo conjunto de sujeitos, tanto à construção de experiências territoriais de ofensivas e resistências quanto a apropriação coletiva e o intercâmbio de experiências de luta. Parte expressiva desse processo resultou em múltiplas significações sobre a noção e conceito de território, no âmbito da lógica-racionalidade dos movimentos socioterritoriais, sendo que algumas expressões foram traduzidas em aspectos étnicos-raciais e culturais, recursos e bens comuns e o corpo. Nosso objetivo neste artigo é apresentar elementos para compreendermos não somente o caráter geográfico das lutas, mas também a indissociabilidade com o processo histórico de construção de resistências territoriais para que, aos poucos, os leitores possam compreender como o tema território compõe parte releva...
PerCursos
Desde os anos 2000, a proposta de reconhecimento dos geoparques como territórios que promovem o patrimônio da Terra e sustentam as comunidades locais por meio da conservação e uso sustentável do seu patrimônio, tem se consagrado como um novo paradigma em termos de desenvolvimento territorial. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é apresentar os aspectos geopatrimoniais e paisagísticos mais relevantes inventariados no território da Quarta Colônia (RS), bem como a trajetória de construção deste projeto até a submissão do dossiê de candidatura à Geoparque Mundial da UNESCO. O território é composto por nove municípios, com pouco mais de sessenta mil habitantes, estendendo-se por 2.923 km², demarcando a transição entre o Planalto Meridional Brasileiro e a Depressão Periférica Sul-Riograndense. Tem como grande destaque geopatrimonial a presença de uma das mais importantes assembleias fossilíferas do triássico mundial. Soma-se a isso a grande diversidade de paisagens naturais encontrada...
Será pela sua intensa actividade ao serviço da defesa das colónias, bem como pelas suas produções ensaísticas e de crítica literária que a posteridade lembrará Luciano Cordeiro. Já as duas narrativas de viagem – Viagens: Espanha e França(1874) e Viagens: França, Baviera, Áustria e Itália(1875) – do Fundador e da Sociedade de Geografia de Lisboa são deveras desconhecidas. Nelas se projecta a particular geografia do olhar do polígrafo português em viagem pela Europa e cuja reconstituição é o alvo deste estudo. Os objectivos perseguidos por este trabalho são, por conseguinte, a percepção e reconstrução do espaço de Luciano Cordeiro, nomeadamente da Espanha, tentando dilucidar o que na obra é de cariz geográfico, repousando sobre uma análise descritivo-realista da paisagem, e o que é de carizliterário ou ficcionado.
Vestígios - Revista Latino-Americana de Arqueologia Histórica
Recentemente, Schuyler argumentou que arqueólogos (as) históricos (as) podem fazer suas maiores contribuições para o conhecimento atravé da realização de "etnografias históricas", estudos detalhados de comunidades específicas. Apesar da visão de Schuyler ter seu mérito, nenhum estudo do mundo moderno - incluindo arqueologia histórica - pode estar verdadeiramente completo sem se considerar as diversas conexões geralmente mantidas entre habitantes de sítios históricos. Arqueologia histórica deve ser pensada como um campo global e amplo, que vê o mundo além do sítio. A comunidade de escravos foragidos de Palmares no Brasil iustra essa posição.
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Psicologia em Estudo
Homa Publica, 2018
GEOUSP Espaço e Tempo (Online)
Um outro mundo possível: alternativas históricas da Alemanha, antes e depois do muro de Berlim, 2009
Portuguese Studies Review, 2018
Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional
Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science, 2017
Estudos Semióticos, 2021
PRACS: Revista Eletrônica de Humanidades do Curso de Ciências Sociais da UNIFAP, 2016
Politicas Culturais Em Revista, 2010
Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 2021
Geographische Zeitschrift, 2018